Enfim, saiu a primeira notícia de fato de algo superfaturado e
irregular nas obras da Copa do Mundo. O Maracanã teria usado mais de 65
milhões a mais do que deveria e ainda tem coisa mal feita na obra.
Enfim. Vamos aos fatos e não mais aos “eu já sabia”.
“Mas eu sabia!”.
Eu também. Mas entre saber que há assalto num lugar e pegar um
bandido assaltando para poder prende-lo vai uma distância. Enfim, temos
erros detectados, culpados expostos e algo a investigar.
O que faz do Brasil um país interessante para os criminosos não é
apenas o sistema, mas também o conceito que fazemos de “culpa”. Aqui,
quando um bêbado mata alguém, proibimos a cerveja e não prendemos o
bêbado.
Se num estádio dá briga, então tiramos todas as possíveis “armas” das
mãos do torcedor. Uma tentativa desesperada, quase estúpida de culpar o
meio utilizado e não o autor do “crime” em si.
A Copa! Ah, a coitada da Copa. Se não fosse ela, senhores, os mesmos
ladrões fariam o que fazem nos estádios com uma ponte na esquina da sua
casa. E não, esse dinheiro não iria pra saúde, educação. Iria pra outra
obra faraônica qualquer, mas não pra fazer mais escolas.
E se fizessem, quando fazem, também superfaturam. E então? #NãovaiTerEscola?
A Copa é a cerveja que estamos tentando impedir para que bêbados não
façam mais bobagens. O problema não está na cerveja, mas sim em quem a
bebe além da conta.
A Copa não é um problema. Nem culpada de nada. Mas é o alvo mais
fácil, o que menos exige raciocínio e o que nos livra de termos um rumo
em busca dos vilões de fato a partir de então.
É mais fácil reclamar da Copa do que apurar quem fez o que e, então,
protestar e votar mais informado na próxima eleição. É mais fácil pra
nós, jornalistas, apontar pro estádio novo do que ir atrás de tudo que
foi feito por trás dele.
É mais fácil pra todos que haja sempre “uma copa”. A culpa será sempre dela.
Fonte : http://www.ricaperrone.com.br/a-culpa-e-da-copa/
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